DEFINIÇÃO

Dom significa dádiva, presente, dote, poder, virtude ou mérito. Os Dons Espirituais são recursos extraordinários que o Senhor Jesus mediante o Espírito Santo, colocou a disposição da Igreja.

FINALIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS

 Habilitar a Igreja para a obra de Deus (I Co 12.7)  Tornar os crentes mais espirituais (At 13.52)  Fazer notável a presença de Deus nos cultos (I Co 14.25)  Promover o aperfeiçoamento da Igreja (I Co 14.26)  Chamar a atenção dos incrédulos para a realidade Divina.

DIVISÃO DOS DONS

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Os dons espirituais são encontrados em I Co. 12. 1-10 e dividem-se em três grupos de três, formando assim os nove dons espirituais. Veja o esquema abaixo:

OS DONS DE REVELAÇÃO

Palavra da sabedoria, palavra do conhecimento, discernimento de espíritos.

OS DONS DE PODER

A fé, dons de curas, operação de maravilhas.

OS DONS DE LOCUÇÃO

A profecia, a variedade de línguas, a interpretação de línguas.

A PALAVRA DA SABEDORIA (I CO 12.8)

Trata-se de uma mensagem verbal, sábia, enunciada mediante a divina e sobrenatural operação do Espírito Santo. Tal mensagem aplica a revelação da palavra de Deus á uma situação difícil e específica.

Este dom, não se adquire através de estudos Bíblicos ou mesmo através de logos cursos teológicos, pois, trata-se de um fragmento da sabedoria de Divina. É dom, é Graça de Deus!

No ministério terreno de Jesus, a palavra do conhecimento manifestou-se amplamente. Exemplos:

 Quando confundiu seus opositores acerca do batismo de João (Mt 21.24,25).  Quando seus adversários quiseram surpreendê-lo na questão tributaria (Mt 22.21).  No julgamento da mulher adúltera (Jo 8.7) etc.

Esse dom também se manifestou na vida de Estevão (At 6.10). Jesus prometeu dar esse dom aos seus seguidores (Lc 12.12; 21.15).

A PALAVRA DO CONHECIMENTO (I CO 12.8)

Este também, não se trata de habilidades das faculdades intelectuais do homem, pois, não é algo que se aprende no processo educacional.

A palavra do conhecimento é a revelação de fatos não manifestos por meios naturais. E sim, pelo perfeito conhecimento de Deus, pois, sua origem é a onisciência divina.

No Antigo Testamento este dom se manifestara amplamente no ministério de alguns personagens como Elizeu (II Rs 6.8-12), Samuel (I Sm 9.15-16). Jesus também manifestou este dom quando se referiu á Natanael (Jo 1.48), e á Lázaro (Jo 11.14). Frequentemente este dom tem estreita relação com o dom de profecia (At 5.1-10; I Co 14.24,25).

DISCERNIMENTO DE ESPÍRITOS (I CO 12.10)

Discernir não se trata de julgar, criticar ou fazer mau juízo do próximo. Mas, discernir os espíritos, é saber quem está operando no ambiente, se é o Espírito Santo, o espírito do homem ou espírito maligno. O vocábulo discernir significa “ver o oculto”, e foi através deste dom que Paulo entendeu que tipo de espírito operava através da jovem de Filipos (At 16.18), também o fez resistir á Elimas, condenando-o a cegueira (At 13.11). Este dom se faz demasiadamente necessário, principalmente nestes últimos dias, “os dias maus” (Mc 11.22-24; Lc 17.6).

A FÉ (I CO 12.9)

Existe mais de um sentido da fé, existe a fé como confissão, fé como fruto do espírito, fé natural, fé salvadora, fé vicária, e fé como dom. É desta última que trataremos aqui. Em Heb. 11.1 diz: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem”. A fé como dom espiritual, é a capacitação sobrenatural concedida pelo Espírito Santo, através da qual o crente é levado a exercer a fé de um modo extraordinário, visando à expressão máxima do reino de Deus. Frequentemente este dom opera em conjunto com outras manifestações do Espírito Santo, tais como: as curas e os milagres ( Mc 11.22,24; Lc 17.6).

DONS DE CURAS (I CO 12.9)

Este Dom, como os demais é muito desejado por muitos crentes, porém, nos é proporcionado pelo Espírito Santo, e é concedido á igreja para restauração da saúde física, por intermédio divino e sobrenatural (Mt 4.23-25;10.1; At 3.6-8;4.30). O plural (curas) indica curas de diversas enfermidades e sugere que cada ato de cura vem de um ato especifico de Deus. O dom de curas não é concedido a todos os membros da igreja de Cristo, porém, se creres porás as mão sobre os enfermos os curarão (Mc 16.18).

DOM DE MARAVILHAS (I CO 12.10)

Trata-se dos atos sobrenaturais de poder que intervém até mesmo nas leis naturais. Por exemplo: As pragas no Egito, à separação das águas do mar vermelho, o maná enviado ao povo no deserto, a água provida da rocha em Refidim, a paralisação do sol por intermédio de Josué, o machado que emergiu do fundo das águas por intermédio do profeta Elizeu, a sombra do sol que retrocedeu atendendo a oração de Ezequias, este inclui também atos em que se manifesta o poder divino contra Satanás e os espíritos malignos. No ministério terreno de Jesus vemos amplamente a manifestação deste dom. Dando vista aos cegos, alimentando milagrosamente a multidão faminta, ressuscitando os mortos, curando diversas enfermidades e ordenando aos seus ministros que também realizem estes milagres como uma expressão visível do amor de Deus para com os que sofrem.

DOM DE PROFECIA (CO 12.10)

Muito se tem confundido profecia com adivinhações dedutivas, e muitos são os que de forma irresponsável tem liberado verdadeiras “profetadas” em nome de Deus dizendo; assim diz o Senhor, quando o Senhor não está dizendo nada, exemplos clássicos:

 Ficar profetizando tudo para todos.  Ficar profetizando chaves de casas, carros etc.  Profetizar acerca de casamentos.  Profetizando que o Senhor está se agradando de procedimentos, enquanto Deus está estarrecido com tal procedimento.  Ficar aleatoriamente profetizando morte causando verdadeiros transtornos aos mais “fracos” na fé etc.

Contra estes e outros procedimentos igualmente esdrúxulos e irresponsáveis que você certamente conhece, deveria haver na Igreja algum tipo de instrução. Pois, a profecia se define como revelação do conhecimento e da vontade de Deus por meios verbais sob inteira unção e inspiração divina. Em uma pregação divinamente inspirada pode conter elementos proféticos. Todavia, a profecia bíblica tem dois elementos básicos:

1 – MANIFESTAR os fatos concernentes a Deus e suas relações com a humanidade.

2 – DECLARAR os propósitos de Deus em momentos de Crise espiritual, visando a EDIFICAÇÃO, EXORTAÇÃO e CONSOLAÇÃO da Igreja de Cristo, e para esta finalidade é que devemos buscar com todo o zelo o dom de profecia, para que a igreja não se corrompa.

DOM DE VARIEDADE DE LÍNGUAS (I CO 12.10)

Apesar de ser variedade, não se trata de poliglotismo, pois, independe da capacidade intelectual de quem as fala. Pois, este é um Dom sobrenatural concedido pelo Espírito Santo, que capacita o crente a fazer enunciados em línguas desconhecidas.

Estas línguas podem ser expressas de duas formas, como se segue:

1º – PODEM SER HUMANAS E DINÂMICAS, objetivando a manifestação da grandeza de Deus a diferentes povos como aconteceu no dia de Pentecostes em que as pessoas de diferentes regiões ali presentes ouviram falar das boas novas de Deus em sua própria língua (At 2.4-6).

2º – LÍNGUAS DESCONHECIDAS NA TERRA. Paulo diz que quem ora em línguas em seu espírito ora bem. Aqui o Espírito Santo se infunde com o Espírito do crente levando-o a uma edificação plena com Deus. Porém, por se tratar de “línguas desconhecidas”, amenos que haja interpretação esta edificará apenas o que fala (Co 14.14), é um método usado pelo Espírito Santo de conduzir o crente a edificar a si mesmo em Deus e, portanto, o recebimento destas línguas deve ser algo espontâneo e não forçoso.

Estas línguas devem ser faladas por pessoas que foram batizadas no Espírito Santo e estão em plena comunhão com o Senhor. De outra forma pode ser imitação barata de homens ou de demônios.

Nota: É importante lembrar que não se trata de “línguas perdidas” ou silabas sem nexo, é língua do Espírito Santo.

DOM DE INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS (I CO 12.10)

Refere-se à capacidade concedida sobrenaturalmente para o portador deste dom falar em línguas, e simultaneamente as interpretar, ou de outra forma, quando um fala e outro as interpreta para a edificação da Igreja. E desde que haja interpretação estas línguas serão equivalentes ao dom de profecia, pois, terá em sua finalidade a edificação coletiva da igreja, portanto, como aos demais devemos buscá-los diligentemente no Senhor.

Pr. Rivail Sousa
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABTAC – Módulo I PEARLMAN. Myer. Conhecendo as doutrina da bíblia. Editora vida, 1993. Souza. Estêvam de, O Espírito Santo, sua pessoa e sua obra. Editora EETAD. 3ª Edição. PFEIFFER, C.F.; HARRISON, E.F. Comentário Biblico Moody. São Paulo: JBR, 1995. ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. Editora CPAD 2ª Edição 1997 BÍBLIA APOLOGÉTICA. Editora ICP 2ª Edição 2005. ICP. Teologia sistemática I, Doutrina de Deus. Editora ICP. Módulo I.  BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL. Editora CPAD.  Edição de 1995. HOUAISS, Dicionário da língua portuguesa (on-line).  

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